domingo, 22 de maio de 2011

Igreja Adventista... do Reino de Olga!


Símbolo da Igreja (Vai saber quem conhece né?)

       Título estranho né? Eu sei, eu sei! Mas eu explico... Sabe aquele tipo de semana que praticamente não faz diferença na sua vida? Por exemplo, se ela não tivesse existido não faria falta, mas uma vez tendo acontecido também não te trouxe nada de bom, novo, agradável... Enfim, essa semana foi bem esse estilo, e pra dar uma super fechada nela, decidi: não vou sair no fim de semana, assim é garantia de que ela continue passando sem grandes novidades (novidades essas geralmente ocorridas nas festinhas dos sábados à noite).
       Agora eu moro num bairro que é longe de quase tudo, e isso é outra coisa a ser explicada para que esse texto faça sentido; moro agora num bairro que é longe dos amigos, longe dos barzinhos e longe das festinhas. Daí você nesse momento se pergunta, "E que raios de lugar é esse, e o que essa criatura foi fazer aí?" E aí eu te digo: eu agora moro do LADO da faculdade, e não pego uma hora e vinte de ônibus, todos os dias! Simples assim.
       Sim, mas, voltando ao nosso estranho título. Dado o fato de que eu não sou nem de longe uma pessoa religiosa e que costuma frenquentar igrejas, esse título não faz muito sentido, especialmente porque hoje é sexta à noite e eu tô falando de igrejas. Mas aconteceu uma coisa cômica hoje comigo, e decidi compartilhar aqui no blog: eu e meu amigo, que é meu vizinho lógico, resolvemos nos encontrar numa pracinha que fica a meio caminho das nossas casas, sentamos num dos banquinhos, conversamos besteiras, demos risadas, ficamos com medo de uns tipos estranhos que passaram por perto, quando do nada começamos a sentir aquela coisinha fria, que começou pouquinha e de repente não parava mais: Chuva! O lugar mais próximo era um arco de uma porta que fica de frente para a pracinha. Corremos e ao chegar nesse portal, eu, meu amigo e meu cachorro (que deu um escândalo querendo passear, e foi levado junto nesse programa de índio), ficamos encolhidinhos esperando a chuva diminuir. Só então percebi que nós estávamos na porta da Igreja Adventista de num sei o que... Claro que fiz esse comentário e o Matt riu da minha cara dizendo que só eu mesma pra reparar nisso. Olha só onde eu fui parar à 1:00 da manhã de uma sexta pro sábado, ironico né?
      Acho até que ultimamente tenho reparado em muitas coisas... Só me falta aplicar essas percepções na prática do dia-a-dia (tarefa muito mais difícil do que apenas reparar nas coisas ao nosso redor).
      Hoje, devo mencionar aqui também, que aconteceu outra coisa, e essa de fato legal (sem ironias, rsrs): minha aula de francês. Sabe aqueles dias em que você nem sairia da cama se pudesse? Pronto! Quando me sinto assim em dias de francês (sextas-feiras), porque a semana foi uma droga, porque tá tudo torto na vida, e fico seriamente inclinada a dormir o resto do dia (e agora sim, eu posso fazer isso, ninguém me obriga mais a ir pra aulas! penso na minha turma... Aquelas pessoas fazem das minhas tardes de sextas uma grande terapia de grupo, onde o que a gente mais faz é rir, umas das outras. Portanto, sempre que o desânimo me faz querer faltar, lembro-me das piadas, histórias, gafes e boto uma roupa que me faça sentir bem, pego aquele ônibus que faz um caminho gigante e chego feliz na minha aulinha. Com a certeza que sairei dali revigorada das cargas da semana que vai minguando...
      Enfim, já tá super tarde e eu aqui, escrevendo um texto que amanhã de certo eu vou reler e pensar se devo ou não postar. Mas em todo caso, 03:09 já é um horário bastante avançado pra quem pretende dar uma geral no quarto, no banheiro, na sala e ainda levar o cachorro pra tomar banho na manhã seguinte. Ah e sem esquecer, das obrigações com a faculdade e do desafio, ops, digo filme, que eu loquei, que tem mais de 4 horas de duração! Ou seja, hora de ir!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

BSB º


Sinto falta do céu de Brasília. Sinto falta das retas infindas da cidade-pássaro. Sinto falta da absoluta calmaria habitual dela. Sinto falta até de me perder na mesmice de suas quadras (mesmice só para olhos não treinados, que fique claro!)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Luz de Luíza

Foto: http://www.flickr.com/photos/marianalavrado/

         Agora, completamente enrolada, na minha cama fofinha, estou. Depois de comer gulosamente, porque é nisso que dá quando a gente não come direito e fica morta de fome, estou.
       Bem, essa semana andei pensando sabe, a gente encontra tanta gente na rua, no dia-a-dia, que as vezes nem queria encontrar e justo aqueles que a gente sempre tenta ver, e nunca consegue, não esbarramos por ai... Vidinha injusta né? Também achei... Achei mais algumas outras coisas essa semana, como: Puts, tá chovendo muito! Tudo mofa, tudo molha, é um inferno quando se está há mais de 20 dias numa cidade nublada e chuvosa. Será que eu sobreviveria em Londres? (Fiquei pensando nisso, mas London é London né, eu dava meu jeito).
       Outra coisa é o meu estado civil: segundo um amigo, "...é Luíza esse ano parece que num tá pra gente, mesmo!" Assim né, não é que não tenha aparecido ninguém, mas os que apareceram ou são doidos, ou são indecisos, ou tem problemas demais... O que me levou a mais uma reflexão: o meu homem nos últimos tempos é o Habib's! Vou explicar porque, calma não se zangue comigo ainda, veja as vantagens desse "moço": ele não custa muito, eu fico aqui em casa esperando ele vir cuidar de mim, no caso da minha fome, e chega em inacreditáveis 15 minutos! Fantástico.
       Conversando com outro amigo, eu ouvi uma frase ótima, que também entra pra essa lista de 'pensamentos da semana': ele dizia, "e mulheres: nenhuma decente (nem indecentes)..." eu ri, claro, mas isso é que é uma fase ruim, porque se não tem nem as indecentes você deve estar tipo preso num templo, ou algum lugar santo de onde não se vê a rua...
       Sabem, preciso dizer que essa semana, foi dura, é tive muita coisa pra pensar, observar, engoli um monte de sapos, mas sempre vendo aquele fio de luz... Que vem de um lindo apartamento em Nova York, com varanda! Brincadeiras a parte sobrevivi a essa semana de cão, e terminei pescando dela o que ela teve de melhor e mais engraçado! Acho que é assim, que a vida deve ser, porque se for de outro jeito a gente fica doida (contas pra pagar, menstruação, casa pra arrumar, homens para aguentar...) hahaha!
       Só mais uma coisinha:
-  Ô São Pedro, dá uma trégua na chuva meu filho, teu mês ainda não chegou, beleza?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Cine PE - Olhar de uma estudante de Cinema - Dias 5, 6 e Premiação

      
       Bom gente, como eu não consegui um barco pra chegar no Centro de Convenções, e Recife na verdade quase se afogou de boatos, não pude estar presente nos dois últimos dias do Festival.
      Desta maneira, postarei aqui os filmes exibidos, mas sem de fato o 'meu olhar', afinal meu olhar só via a chuva rolando na janela de casa mesmo...

DIA 5

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS METRAGENS DIGITAIS E 35 MM:

 - O Som do Tempo (CE), Digital, Documentário, Direção: Petrus Cariry, 10 min.’
 - Flash (SP), Digital, Ficção, Direção: Alison Zago, 17 min.
 - Tempestade (SP), 35 mm, Animação, Direção: César Cabral, 10 min.’
 - Falta de Ar (DF), 35 mm, Ficção, Direção: Ércio Monnerat, 20 min.’
 - Matinta (PA), 35 mm, Ficção, Direção: Fernando Segtowick, 20 min.’
 - Calma Monga, Calma (PE), 35 mm, Ficção , Direção: Petrônio de Lorena, 19 min.’

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS:


 - Estamos Juntos (SP), Ficção, 35 mm, Direção: Toni Venturi, 95 min.

DIA 6
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS DIGITAIS E 35 MM:

 - Peixe Pequeno (PE), Digital, Documentário, Direção: Vincent Carelli e Altair Paixão, 03 min.”
 - O Rio e Eu (PR), Digital, Ficção, Direção: Diego Lopes e Cláudio Bitencourt, 22 min.”
 - Carreto (BA), 35 mm, Ficção, Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes, 12 min.
 - Acercadacana (PE), 35 mm, Documentário, Direção: Felipe Peres Calheiros, 19 min.”
 - O Céu no Andar de Baixo (MG), 35 mm, Animação, Direção: Leonardo Cata Preta, 15 min.’
 - Mens Sana In Corpore Sano (PE), 35 mm, Ficção, Direção: Juliano Dornelles, 20 min.

HOMENAGEM:

Homenagem Técnica:
Vânia Debs

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS:

 - Casamento Brasileiro (SP), Digital, Ficção, Direção: Fauzi Mansur, 100 min.


PREMIAÇÕES

HOMENAGENS:

Homenagem Institucional: Revista de Cinema, pelos 10 anos de edições
Homenagem Institucional: Baile Perfumado, pelos 15 anos de exibição no I Cine PE
Homenagem Política: Governador Eduardo Campos, responsável pela criação do maior programa de incentivo ao audiovisual da história de PE, considerado hoje como um dos mais expressivos do Brasil.

SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO/ENCERRAMENTO:

MOSTRA ESPECIAL DE LONGAS-METRAGENS:

 - O Rochedo e a Estrela (PE), 35 mm, Documentário, Direção: Kátia Mesel, 85 min.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cine PE - O olhar de uma estudante de Cinema - Dia 4

       A quarta noite de Festival, começou também com um pequeno atraso, mas já acostumados com a baixa na platéia e a demora das pessoas para conseguir chegar ao Centro de Convenções, as atividades logo foram iniciadas.  Primeiramente tivemos a Mostra Competitiva de curtas-metragens Digitais:

 - Ovos de Dinossauro na Sala de Estar (PR), Documentário, Direção: Rafael Urban, 12 min. - Ragnhild Borgomanero é uma senhora de 77 anos, que junto ao marido reuniu uma das maiores coleções particulares de fósseis da América Latina. Neste curta, escutamos ela contando um pouco de sua vida, profissão e amor.

 - Traz Outro Amigo Também (RS), Ficção, Direção: Frederico Cabral, 14 min. - Para mim, o melhor curta da noite foi este, onde Samuel, detetive particular, aceita um trabalho sem saber quem deve procurar. Só depois de assinar o contrato é que lhe foi dito, que o desaparecido é o amigo imaginário de infância do Sr. Artur. Com a ajuda de seu sobrinho, Samuel embarca no mundo dos amigos imaginários, resgatando assim, não só o amigo de Seu Artur, mas um pouco de sua infância.

       Depois partimos para o Longa-metragem Digital:

 - Vamos Fazer um Brinde (RJ), Ficção, Direção: Cavi Borges e Sabrina Rosa, 70 min. -  A história se passa na noite de Ano Novo, onde um grupo de amigas se mete e resolve problemas a noite toda, brindando sempre que um conflito está solvido. O grupo inclui um amigo delas, gay, que se integra como se fosse de fato mais uma menina, e a mãe de uma delas, que sob pretexto de entregar rabanadas para a festa, vai ficando até o final.

       Com um intervalo mínimo, as pessoas saíram esticaram um pouco as pernas, e logo voltaram para ver o último curta-metragem da noite e o ultimo longa:


 - Náufragos (SP), 35 mm, Ficção, Direção: Gabriel Amaral Almeida e Matheus Rocha, 15 min. - Dona Odete, uma senhora muito velhinha e confusa acha que perdeu o marido dentro de casa,  e que não pode confiar na empregada. O curta segue ao som de uma aula de ginástica transmitida pela velha televisão de Dona Odete.

 - JMB, O Famigerado (PE), Digital, Documentário, Direção: Luci Alcântara, 105 min. -  Documentário produzido sobre o poeta Jomard Muniz de Britto, filmado por mais de um ano. Acompanha o poeta em suas andanças pela cidade do Recife.


       Sem nenhuma homenagem, a noite foi apenas dedicada aos filmes em competição.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cine PE - O olhar de uma estudante de Cinema - Dia 3

       O terceiro dia foi complicado. Como Recife agora é uma cidade em que, ou você arruma um bote, ou não sai de casa, as atividades do Festival atrasam por mais uma hora. Com um público bastante razoável para uma semana de tantas chuvas, alagamentos e dificuldade de locomoção pela cidade, o evento começou com a exibição dos curtas-metragens digitais, e estes foram:

 - A Casa da Vó Neyde (SP), Documentário, Direção: Caio Cavechini, 20 min. - Este curta foi feito num ato de muita coragem do diretor, porque expor uma vida, uma família e estar ali presente sentindo a reação da platéia não deve ser uma coisa fácil. O curta mostra o vício do tio do diretor, em Crack, e seu dia de internamento, mixando com fotos da casa de sua avó que já havia carregado muitas alegrias, mas que hoje parecia um fardo pesado demais para uma senhora de 70 anos. 

 - As Aventuras de Paulo Bruscky (PE), Documentário, Direção: Gabriel Mascaro, 19 min. - Surpreendente e inovador! Um curta feito todo a partir do Second Life (universo digital onde são criados avatares em 3D que podem sentir, ver ou experimentar uma interação real).

       Depois assistimos ao longa-metragem digital:

 - Casa 9 (RJ), Documentário, Direção: Luiz Carlos Lacerda, 71 min. - Depois de ver este documentário, acho que todos da platéia ficaram com vontade de passar, pelo menos uma semaninha na tão agitada Casa 9. Este filme conta a história de uma casinha de uma vila no bairro do Botafogo - Rj onde vários artistas foram frequentadores assíduos. Ao longo do tempo, a casa transformou-se em pouso para vários artistas nordestinos, dentre eles, o próprio Lenine, e hoje é habitada por duas produtoras de cinema e um músico!

       Esta era a hora do pequeno intervalo, que dado o atraso inicial foi cancelado, ao que passamos às homenagens:

 - Homenagem Institucional: Revista do Cinema Brasileiro, pelos 15 anos de programas de TV - Bertini entregou a Calunga de Ouro aos representantes do Programa.


 - Homenagem Cinematográfica: Zelito Viana, por seus 45 anos de produção e direção - Seus filhos e mulher o entregaram a Calunga de Ouro. Um dos filhos de Zelito é o ator Marcos Palmeira.

 - Homenagem Artística: Chico Diaz, por sua extensa filmografia e por suas premiações prévias como ator no próprio Cine PE. Ao, querido e fantástico, Chico, a Calunga foi entregue por Sandra Bertini.

       Depois das homenagens, tivemos a mostra do curta-metragem 35 mm, chamado:

 - Fábula das Três Avós (SP), Ficção, Direção: Daniel Turini, 17 min. - Uma verdadeira super-produção, que me lembrou muito o filme Desventuras em Série. Bonita ficção,  que como fábula, passa uma mensagem para o público: escolha sempre estar perto de quem goste de verdade, e não faça esta escolha as pressas!

       E para fechar a noite, de maneira muito especial, o longa-metragem digital de Zelito Viana, que não estava em competição foi exibido:

 - Augusto Boal e o Teatro do Oprimido (RJ), Documentário, 105 min. - Belo documentário sobre a vida e obra do grande Boal e suas técnicas teatrais inovadoras! Deixou-me com vontade de ter o conhecido, pena que eu tenha vindo ao mundo só em 93, e que em 2009 (ano em que falece Augusto) eu era apenas uma menina de 16 anos, começando a andar com as próprias pernas...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cine PE - O olhar de uma estudante de Cinema - Dia 2

       No segundo dia do Festival, um domingo molhado, o público já se mostrava reduzido e as atividades mais diretas, sem tantos rodeios. Para dar início assistimos aos curtas:


Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo (RS), Digital, Animação, Direção: Rodrigo John, 7 min. - Esta animação mostra o inferno que uma grande cidade contemporânea pode ser, e como nós cada vez nos preocupamos menos em sair desta situação; fechando os olhos, tapando os ouvidos, ficando quietos...


Tempo de Criança (RJ), Digital, Ficção, Direção: Wagner Novais, 12 min. - Apesar de ser um curta ficcional, e mostrar um universo do qual não me sinto de fato parte, tenho certeza que o que o diretor nos faz ver é realidade para muitas crianças e mães. As mães têm que sair para trabalhar e as crianças mais velhas são forçadas a crescer e, mesmo que por apenas algumas horas, tornam-se "mães", adultas...


Braxília (DF), 35 mm, Documentário, Direção: Danyella Proença, 17 min. - Minha relação com a Cidade Brasília é antiga, afinal desde os 8 anos de idade eu passo férias por lá. Devo confessar, que quando mais nova não aguentava a linearidade brasiliense, 'cadê os puxadinhos, ruelas e becos da minha Recife?', era tudo o que eu me perguntava ao chegar na SQN 116. Mas da última vez que estive em Brasília, acho que finalmente descobri sua poesia; sua dinâmica se envolveu na minha e passei a vê-la de uma maneira diferente das recordações infantis que guardava. Este curta transmite tudo o que eu senti quando o 'click' estalou na minha cabeça, e eu finalmente entendi aquela cidade, que ao longe parecia tão hostil e arisca. Lindo curta, sensível, e verdadeiro!


Cachoeira (AM), 35 mm, Ficção, Direção: Sérgio José Andrade, 13 min. - Bem este foi o curta mais difícil da noite por assim dizer. Na ficção de Sérgio Andrade, está retratado um ritual indígena realizado no alto Rio Negro, no Amazonas onde são feitas misturas alcoólicas (beberagens) e toma-se porres delas. O que acontece é que este é o caminho, irreversível e sem volta, de um ritual místico e mortal. Os jovens são encontrados depois mortos ao longo do curso do rio. O objetivo do diretor era mostrar esta história, que contém fatos reais, sem os estereótipos clássicos que vemos sendo retratados em filmes sobre indígenas.


Café Aurora (PE), 35 mm, Ficção, Direção: Pablo Polo, 19 min. - Um filme para sentir, literalmente. Este é o encontro de um jovem surdo-mudo com uma moça cega, que adorava o café que ele fazia. As locações escolhidas (Poço da Panela e Fundaj), não podiam ser melhores, e eu me senti de fato em casa!


       Depois dos curtas, quebrando o protocolo pré-estabecido que seria a feitura de uma pausa, aconteceu a Homenagem Artística à jovem e muito simpática atriz Camila Pitanga, por sua valiosa contribuição ao Cinema Nacional. A atriz recebeu a Calunga de Ouro, das mãos do próprio pai, e também ator, Antonio Pitanga. Com um belo discurso sobre filhos, carreira e orgulho, ele arrancou muitos aplausos da platéia e lágrimas dos meus olhos. Ela por sua vez, agradeceu muito o prêmio, mas frisou que ainda tem um longo caminho pela frente encerrando a homenagem.
       Depois da rápida pausa, voltamos com a Mostra competitiva dos Longas-Metragens:


Família Vende Tudo (SP), 35 mm, Ficção, Direção: Allain Fresnot, 90 min. (Lima Duarte, Vera Holtz, Caco Ciocler, Marisa Orth, Ailton Graça, Marissol Ribeiro) - Com um elenco de fazer inveja a qualquer um, o filme traz enorme caricatura da vida de pessoas que estão à margem da sociedade. A história se passa entre favelas, feiras de muambas, e shows de sertanejo/brega. O ponto de virada do filme se dá quando uma família que está em difícil situação financeira, decide que sua filha deve engravidar de um cantor famoso. O que chamou minha atenção no filme foi a metamorfose dos atores, que vestiram a camisa e se transformaram em personagens fantásticos!

domingo, 1 de maio de 2011

Cine PE - O olhar de uma estudante de Cinema - Dia 1

       Ontem o Cine PE, festival produzido e criado pelo casal Bertini, teve sua noite de gala. Além da abertura do evento, festejava-se também a comemoração de 15 anos do projeto! O teatro estava lindo, decoradíssimo, os convidados muito animados, e um público de aproximadamente 3.000 pessoas.
A noite foi de homenagens; ao fantástico e merecedor Wagner Moura por ser um dos que têm alavancado o Cinema da Retomada, e ao 'Rei Pelé'.
       Devo confessar minha insatisfação pela segunda escolha, afinal de contas, com tantas outras pessoas que foram elementos fundamentais para a desenvoltura e o crescimento de um Cinema Nacional, ter Pelé como homenageado não me agradou. No futebol acho mais do que merecida sua honorabilidade, já no cinema, não creio que ele tenha mérito para tanto. Gostaria mesmo era de ver um Mário Peixoto, ou um Humberto Mauro, recebendo homenagens de um Festival de Cinema.
Bem, mas partindo ao que de fato nos interessa, vamos falar dos filmes exibidos: Os três primeiros não participaram da mostra competitiva e foram estes:

 - Sons da Esperança (PE), 35 mm, Documentário, Direção: Zelito Viana (material promocional com duração de 10 min.) - Delicado e realista. Assim soou para mim, que me emocionei, ao ver a vontade das pessoas de mudar suas vidas através da música.

 - Cine Pelé (SP), Digital, Documentário, Direção: Evaldo Mocarzel, 60 min.

 - Uma História de Futebol - 35 mm, Ficção, Direção: Paulo Machline, 21 min. - O filme nos mostra a infância de Edson Arantes do Nascimento, contado por Dico, um dos meninos do time mirim de Bauru, e que tinha como melhor amigo Zuza - Futuro 'Rei Pelé'.

Depois de um breve intervalo, foram retomadas as atividades, com a mostra competitiva dos curtas:

 - Vou Estraçaiá (PE), Digital, Documentário, Direção: Tiago Leitão, 19 min. - Divertido documentário sobre a vida do lutador pernambucano Todo Duro e com a participação de seu "inimigo mortal" Holyfield (lutador baiano). Arrancou muitas risadas da enorme platéia!

 - Muita Calma Nessa Hora (RS), Digital, Ficção, Direção: Frederico Ruas, 8 min. - Sabe quando você vai a um restaurante e lá no fundo está sentando o pobre músico que é ignorado por todos, enquanto se esforça tocando? Pronto! Neste pequeno curta pudemos ver um momento de glória de um violonista, mesmo que para isto, ele tenha que quebrar sua viola e "meter porrada"!

 - O Contador de Filmes (PB) 35 mm, Documentário, Direção: Elinaldo Rodrigues, 15 min. - Interessante documentário sobre um apaixonado pelo cinema, que carrega uma verdadeira Cinemateca na cabeça.

 - Janela Molhada (PE), 35 mm, Documentário, Direção: Marcos Enrique Lopes, 20 min. - Confesso que ao ver este curta, me senti na aula de Cinema Brasileiro. Muito bem montado e até mesmo bastante didático, o filme nos mostra o trabalho de restauração e conservação realizado na Cinemateca. Além da linda entrevista à Adriana Falangola, que quando menina fazia aberturas/finais dos filmes de seu pai, Ugo Falangola, este junto a J.Cambieri, foram pioneiros do cinema no Recife.
 - A Casa das Horas (CE), 35 mm, Ficção, Direção: Heraldo Cavalcanti, 18 min. - Sou até um pouco suspeita para falar de um curta que tem como protagonista a atriz Nicette Bruno. Nesta pequena história vemos: solidão e o passar rápido demais do tempo. O bom roteiro nos mostra que agora brigadeiros, vêm em latas, que a Lua não é mais olhada pelos enamorados e que o cheiro das flores se perde na cidade... Retrato da nossa apressada realidade.