segunda-feira, 20 de junho de 2011

Açúcar Granulado Fino É Diferente

     Andei tanto de ônibus esses dias. Sério. Ou vai ver eu só estava mais concentrada no caminho do que de costume...
     Sei lá, tem tanta coisa que passa batida, e que merecia mais atenção. Quero conseguir acordar cedo amanhã, quero andar mais na minha cidade, descobri-la melhor.
     O sono sempre vence meus planos matutinos, não tem jeito... Não acredito muito na realização desse, para amanhã, mas não custa botar o despertador (que será deligado e eu nem vou lembrar quando acordar que fui eu mesma que o fiz). Eu acho que o meu eu subconsciente anda jogando num time rival do meu eu consciente viu, porque num é possível: todos os dias o despertador aparece desligado e eu não tenho nem a lembrança de que fui eu. E sim, só pode ter sido eu mesma.
     O grande dia pra mim seria uma madrugada em que eu estivesse invisível, e pudesse sair de casa numa camisola branca, na altura dos joelhos, e que tivesse vento soprando meus cabelos para trás... Andaria por vários bairros, veria muitas casas, prédios, pessoas, árvores... Sentiria o vento, como não se faz de dia, por toda a pressa e correria urbana.
     Sabe que eu descobri hoje que andar de dia, com um picolé de morango do lado, fones de ouvido e nenhum horário a cumprir, nenhum trabalho pra entregar, ninguém pra ligar... pode ser uma das melhores coisas da vida?
     Acho que é por ai, quando as coisas não tão muito numa boa, temos que procurar as pequenas delícias da vida, se não tudo vira limão!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Morangos no Silvestre

Desde de pequena ela sonhava com um pé de morangos.



Agora ela já era grande, tinha seu próprio apartamento, mas continuava em dívida com seu sonho de infância... Morangos para vingarem necessitam de muito sol direto e terra úmida. Alice vivia num grande escuro-encharcado, o que atrapalhava seus planos com relação aos morangos (tão sonhados!).

Numa manhã cinza e de muita pressa, seu elevador, que era apenas um, resolveu demorar tempo demais a chegar no andar dela, levando Alice a uma verdadeira crise de nervos matinal (estes tempos matutinos não a agradavam em absoluto).

Finalmente quando a nossa heroína consegue sair de seu andar e chegar ao térreo do prédio, percebe que alguém está a mudar-se para o Edifício Silvestre... Pensou em quem se mudaria tão cedo, e seguiu descrente para o trabalho.

Ao voltar de sua jornada enfadonha, entrou no elevador (o qual havia sofrido boa parte do dia com o peso da recente mudança) e no instante final do fechamento de sua porta, alguém apertou o botão. Era um rapaz, magro, com óculos grandes, cabelos lisos caídos destraidamente no olho esquerdo que carregava uma plantinha de flores brancas.

Alice logo lembrou-se do sonho dos morangos, e resolveu comentar que gostaria de ter plantas, aliás, corrigiu, plantas não, um pé de morangos. Explicou que era seu sonho desde criança, mas que nunca havia de fato persistido nele. O rapaz então deu-lhe a grande notícia do dia, ou melhor, do mês (quem sabe até, da vida inteira de Alice): Ali estava um belo e pequenino pé de morangos! Porque sim, apesar da cor de suas flores, pés de morango têm flores brancas...

E esse foi o dia em que a vida de Alice recebeu seu sonho direto do elevador velho de seu prédio quadrado.
 A partir disso, seu apartamento agora recebia luz do sol com mais intensidade e o 'molhado excessivo' entrou em desuso na vida dela. E quase destraidamente tambpem,foi assim que Octávio entrou em sua vida.