segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

No compasso dos passos das horas

           Tem ano que arraa...aaa...aasta para passar. Tem ano que voa. Para Maristela esse foi um daqueles que parecia ter tido 687 dias, mas finalmente seu fim estava pertinho. Sentou-se na mesa quadrada e velha de sua cozinha e pegou um pouco de matzá, mas estava velha e mole, resolveu então que um ovo seria sua melhor opção. Feito, tornou a sentar-se. A caneca continha seu café preto, puro e frio, no prato estava o ovo mexido, mas Maristela, ah essa estava longe...
     Pensava em sua infância e como aprontara naquela época, tempo bom sem dúvida. Era um tempo que à mesa sentavam-se 10 pessoas, o falatório era grande, muitas bocas, muitos olhos, muitas mãos... Os almoços de domingo então, pareciam mais comícios. Depois Maristela se transportou para uma época de sua adolescência. Fase animada, de muitos amigos entrando e saindo da casa do Marcelo, que era o dono do "Quartel General das Noitadas". Perdera as contas de quantas coisas novas ela tinha passado naquela casa, mas uma coisa era certa: nunca saía de lá da mesma maneira que entrava, a casa era uma verdadeira surpresa constante.
     Logo ela começou a pensar no ano de definição de sua profissão, o quanto estudou, o quanto não estudou, os impasses, as dúvidas, as resoluções... Passada essa fase, a faculdade a esperava, com todos os novos percalços a serem desbravados.
Hoje Maristela era mãe, meio mineira (afinal havia se mudado do seu querido Espírito Santo há tanto tempo para Minas Gerais, que já se considerava meio de lá meio de cá), meio artista (vivia pintado quadros, apesar de não gostar de ficar olhando eles por muito tempo depois de prontos), meio geóloga... A vida lhe dera tantos ramos diferentes que hoje Maristela era um "meio-tudo" de um bocado de coisa misturada, mas gostava muito de assim ser.
     E como que só para trazê-la de volta de seu transe-nostálgico, a campainha soou. Era Adélia e Marquinhos à porta. Entraram portando consigo uma caixa novinha de matzá, Maristela ofereceu-lhes um pouco do ovo mexido que havia recém feito, mas logo ficou decidido que iriam pedir comida pelo telefone... Já à mesa, ela e os filhos começaram a conversar sobre a faculdade, os namoros, os trabalhos e muitas outras coisas...
     Esta era uma noite de quarta-feira, que iria passar arrastada, mas esse era um tipo de arrastado gostoso, que alegrava Maristela, de certeza que entraria pela madrugada botando os assuntos em dia...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dança a dois

LEIAM O TEXTO AO SOM DA MÚSICA:



     Ela era um ponto, na vastidão. Era madrugada, e da janela via-se um breu. Por algum motivo do lado de lá da avenida estava tudo escuro, do lado dela tudo seguia normalmente, com a meia-luz que lhe era comum e habitual durante as primeiras, e escuras, horas do dia que teimava em vir. Os cigarros corriam seus dedos, e morriam pequenos num mar de grãos de seu cinzeiro.
     Essa era a hora exata que sua vida começava a correr no sentido contrário, tomando o fluxo na contra-mão e passando em sua frente como um filme, rápido, serpenteava por entre seus olhos, se enroscava em seus cachos e partia pela janela escura que guardava o amanhecer seguinte.
     Nada parava a enxurrada que agora a invadia arrebatadoramente, era tudo turvo, como que tenta ver através de uma cortina d'água. É como se ela tivesse sido conduzida por uma legião para estar no lugar que agora ocupava, e justo no momento em que mais precisou a multidão se esvaiu... Ela estava só, completamente só. Com uma efervescência interna que borbulhava queimando-a, ela procura as respostas que a conduziram até este ponto de sua vida, mas essas não apareciam com facilidade.
     Outro trago, outra lágrima, e o filme continua a se desenrolar para trás. Quase que inesperadamente, ele breca e uma projeção de seu coração é exibida em sua paredeverde. Ele anda cheio e vazio, grande e pequeno, feliz e triste... Mas ao menos expõe uma realidade que será vivida, e que a faz pensar no grande futuro de uma, ainda, pequena garotinha, que agora tem de atravessar as ruas da vida sozinha, sem ter a quem dar a mão.
     Saindo do plano da paredeverde, ela encontra um reduto acolhedor em seus livros. Aturdida, abre um pequeno que a abraça com sua tinta em forma de palavras e a nina como um pequeno bebê.
Com o avançar da hora, Morfeu a leva para o lugar sereno do mundo dos sonhos onde novamente ela pode ser guiada pela multidão sem se perder.
     Assim a câmera da vida, abre sua lente enquadrando seu corpo deitado na cama larga, restando-nos apenas o movimento das ondas de seus cabelos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Garrel e J.K.




"Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro..."                      J.K. Rowling

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

dias de rio // resuminho do fim de semana

     Meados de Novembro, daí você pensa: vai tá fazendo um calorzinho né, já já começa o verão carioca e tal... É nesse ponto que você já começa enganado! Pegar um avião e um trânsito enorme na linha vermelha, pós-festa de formatura e achar que vai estar tudo sob controle, também é outra doce e linda ilusão...
   Sorvete de Pitanga
     Bom, depois dos errinhos iniciais curti muito o Rio, foi uma visitinha rápida e à "trabalho", mas deu pra andar em Ipanema, ver um filme no Leblon, pegar ônibus na Gávea, e aproveitar o friozinho do Jardim Botânico, que eu tanto gosto!
  
     Sexta foi o dia da chagada, melhorar do pós-formatura e ir apenas na sorveteria Mil Frutas, no Jardim Botânico mesmo, com as mulheres da família - mãe, tia e prima-irmã.


Devassinha Ruiva
 
        Sábado na hora do almoço saímos de casa pra resolver umas coisinhas e depois perambulamos por Ipanema, parando para almoçar no Armazém Devassa, e é CLARO que apreveitei para provar a Devassinha Ruiva (sim gente era esse o nome que tava no cardápio)!  

  Depois fomos, eu e mamãe, andando até o Shopping Leblon assistir um filminho chamado: Minhas Mães e Meu Pai, com Julianne Moore e Mark Ruffalo. 
Mami no Gula-Gula
    

     No domingo almoçamos juntas no Gula-Gula, um restaurante super leve, cheio de saladinhas e com um ambiente acolhedor. Para uma tarde de domingo terminamos o fim de semana passeando pelo Jardim Botânico mesmo, e pedindo uma pizza pelo telefone a noite.
 

Armazém Devassa

Hoje pegamos o pássaro de aço de volta à terrinha e deixamos a cidade maravilhosa, com a certeza do retorno!


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Bal // Um Doce Olhar - Resenha Crítica

      O que esperar de um filme gravado num país de tradições tão diferentes das nossas? Foi exatamente o que me perguntei quando, ao sair de uma sessão de curtas do Dia Internacional de Animação, me deparei com um poster deste filme. Já em casa, procurei saber um pouco do enredo da obra, e tive mais vontade ainda de conhecer a vida daqueles personagens. Bal significa, em turco, Mel, do diretor Semih Kaplanoglu, foi lançado em Agosto de 2010.

Bal - Em português: Um doce olhar.

      O filme é silencioso, e segue um ritmo próprio. Foge completamente das propostas que são exibidas em circuito comercial. A intrigante história se passa na Turquia, num região montanhosa, onde Yakup, o Pai, é um apicultor que vive escalando enormes árvores para cuidar de suas colméias, o pequeno Yussuf o acompanha sempre que pode, e a mãe trabalha na colheita de folhas para chá. A vida é simples e bucólica, sendo resumida a trabalhar, comer e dormir.
      Yussuf tem provavelmente 7 anos e está na escola aprendendo a ler. Em casa, mesmo com um certo gaguejar, ele já consegue ler frases inteiras, mas ao chegar na sala de aula, fica tão nervoso, que termina sendo o último a ganhar um broche vermelho, que significava ter completado essa etapa do aprendizado. Yussuf é um garoto calado e um pouco levado, nada diferente dos demais de mesma idade. Sempre enxergou em seu pai um amigo, um "explicador das coisas do mundo", um herói e um orgulho. Sua mãe é uma moça jovem e simples, muito doce e gentil, mesmo quando ele a desebedece e não toma o diário copo de leite...
      O filme tem uma fotografia exuberante, estando muito presente a floresta, as flores, e animais. A casa de madeira de Yussuf é bastante colorida por dentro, na decoração estão presentes sempre estamparias florais. Os sonhos são outra característica marcante da trama, tratados de forma tão bonita e especial, que apenas podiam ser sussurados de um para o outro.
      Com a escassez de mel nos arredores o pai de Yussuf, Yakup decide se afastar um pouco mais para tentar encontrar abelhas. Ele começa a demorar demais para regressar. Yussuf percebe a tristeza de sua mãe e como forma de tentar agradá-la, realiza uma das cenas mais belas do filme: a mãe está olhando chorosa e triste para o lado quando então, para tentar melhorar seu ânimo, o filho bebe todo o leite do copo, pois isto certamente a deixaria feliz, não fossem as circunstâncias do momento... No mesmo dia ao chegar da escola, logo depois de ter ganho o tão sonhado broche vermelho, Yussuf e nós, acabamos por descobrir que Yakup havia realmente caído de uma árvore e estava morto, como havia sido mostrado em partes durante o filme(na primeira cena e em um dos sonhos de Yussuf).
      Muito atordoado com a notícia Yussuf perambula pela floresta sem rumo certo, e termina adormecendo numa raiz gigante de uma árvore centenária. Temos aí um final esteticamente belo (o pequeno menino em meio a raízes enormes) e silencioso, bem como todo resto do filme.
      Com 1:43 de duração, nos faz refletir sobre como é frágil, efêmera e simples a condição humana. Com praticamente nenhuma música é regido pelos sons da natureza e pelos poucos diálogos. Apresenta tomadas que oscilam entre o claro e o escuro e ângulos muito interessantes, como o de uma poça de lama refletindo a cena toda. Este é um filme literalmente para ser Visto e Sentido!
      Yussuf e seu intérprete, Bora Altas, definitivamente entraram para o meu hall de personagens queridos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Everybody's Fine - Apanhado geral do Filme

     Há 4 meses eu terminei meu curso de inglês, e para não perder o contato com a língua tenho assistido a muitos filmes. Claro que assistir filmes pra mim é natural, já que é o que eu quero para o meu futuro, mas tenho visto alguns só em inglês para praticar um pouco...
     Perambulando pela internet achei este, Everybody's Fine, e pelo bom elenco que tem, logo me atraiu e decidi baixá-lo.
     O filme mostra uma família, que vive completamente espalhada pelos Estados Unidos. A cena de abertura  mostra o pai, Frank, arrumando ansiosamente a casa para receber seus 4 filhos durante um fim de semana, mas ao longo do dia todos terminam desmarcando o encontro, e inventando desculpas para não viajarem. Ele então decide visitá-los, um por um, e lhes fazer uma surpresa.
     Segue então para Nova York, e tenta encontrar David, seu filho artista plástico. Após um dia em frente ao apartamento do rapaz, ele deixa um envelope e vai ver sua filha, a publicitária, Amy, que diz estar muito ocupada e o embarca novamente no dia seguinte para a cidade de seu filho Robert, o músico. Ao chegar direto no ensaio da orquestra, percebe que ele não é Maestro e sim percussionista. Deixa discretamente um envelope no instrumento dele. E novamente sem hospitalidade, Frank viaja no mesmo dia até Los Angeles, para ver Rosie, sua filha bailarina, ela é a única que o recebe bem, e pede para que fique. Por uma complicação durante a viagem ele não tem mais seus remédios e precisa voltar para casa. Sem dizer o motivo à Rosie parte, entregando-lhe o envelope restante.
     Durante o vôo Frank tem um ataque cardíaco, e acorda no hospital cercado pelos três filhos, é quando descobre então que David, o artista morreu, Rosie, a bailarina tem um filho com outra moça, e que não sabe muita coisa sobre a vida dos filhos, porque segundo eles, a mãe era boa de ouvido e ele é bom de conversa.
     Por fim, para matar a nossa curiosidade, descobrimos que no envelope havia uma frase: "Vejo você no Natal?" e uma foto de sua falecida esposa com os quatro filhos pequenos sentados no chão, perto da árvore de Natal.
    
Esse é um daqueles filmes que mostra os percalços e incertezas do caminho, e mostra também que apesar de tudo a vida segue, sempre segue!


*Tradução do vídeo: Olga Kunst

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cotidiano

     Durante o feriado peguei um ônibus, e como já disse antes por aqui, é um lugar que me faz pensar...
Sempre que ando de ônibus passo no mínimo 20 minutos calada, conversando apenas comigo mesma.
     Vejo cenas da janela, sim porque sempre sento na janela, cenas essas que me fazem mirabolar uma história, ou imaginar aquilo tudo (que deve ter durado, se muito, 10 segundos aos meus olhos), dentro de um set de filmagem com 35 profissionais atentos, esperando um "Corta!".
     Comecei a pensar que deixamos escapar pequenas coisas, delicados momentos, e corriqueiras chances. É companheiros, a era digital e globalizada nos permite uma imensidão de informações que terminam, por vezes, a nos privar das coisas primordiais da vida... Como olhar por uma janela.
     Voltando ao feriado: bem, tenho que andar até a esquina da minha rua, onde tem um ponto de ônibus, para pegar um, mas nem precisei chegar lá para ver o dito cujo passando pela avenida e me deixando para trás. Assim, resolvi que andaria até a avenida paralela, o que me tomaria uns 10 minutos, onde eu teria mais opções de linhas.
     Era um dia de Terça-Feira. 12. Dia das Crianças!
     Logo entrou no ônibus um pequeno, com cara de travesso, que se negava a ir sentado. A brincadeira era exatamente ir em pé. Sua irmã bem que tentou o fazer sentar, mas nada de obter resultados.
     O completo embevecimento do menino de estar livre no ônibus me fez pensar no que me fazia sentir assim hoje, já que não posso mais comemorar o dia das crianças como Meu dia...
     Segui viagem. No caminho passo por um hospital, vi as filas, as caras de sofrimento e também me meti a pensar como seria estar ali, em pleno feriado esperando uma ficha, para quem sabe ser atendida 3 meses depois.
     Finalmente cheguei! Aquela Terça tinha cara de Domingo, áh se tinha! Encarei a rua, longa deserta e coberta de Sombreiros, pensei nas imagens do caminho, tomei fôlego e segui o meu, a pé, aos poucos, andando...

The Meaning of the Life
- O Significado da Vida -

Obs.: Cliquem nas setinhas no canto direito do vídeo para ampliar e ler a legenda melhor!

sábado, 9 de outubro de 2010

Riso na medida dos quadrados!

Áhh os quadrinhos... Como são importantes ao longo das nossas vidas... Quem vai esquecer um dia da briguenta Mônica, ou do sonhador Calvin com seu fiel escudeiro e inseparável amigo imaginário Haroldo, ou ainda do bruto Hagar, que mesmo com todo aquele jeitão já nos fez rir muito? Os quadrinhos nos acompanham de pequenos, quando estamos apenas descobrindo o sabor das palavras até quando nos tornamos adultos, lendo um jornal. Eles estão em todo lugar e têm as mais variadas formas e temáticas.
The Yellow Kid - Primeiro HQ
Ao final do século XIX imprensa buscava novos métodos de comunicação de massa e assim, no início do século XX surgiram as HQs. Como precursores do ramo dos quadrinhos temos Rudolph Töpffer, Wilhelm Bush, Georges Colomb e o brasileiro Angelo Agostini, mas só em 1896 é que Outcalt, com The Yellow Kid, aliou o desenho ao balão de fala. Os temas até a crise de 29 eram sobre travessuras (kid strips, animal strips, family strips...), mas a partir dessa data o gênero da aventura também entrou na pauta com, Flash Gordon do Alex Raymond. Em 1960 as HQs passam a ter abordagens críticas, e hoje permeiam todos os temas, com uma grande liberdade para brincar com eles.
Mafalda
Um grande exemplo de como uma HQ pode ter repercussão política e social é Mafalda,(personagem do cartunista argentino Quino) de seis anos de idade, que odeia sopa, escuta The Beatles e questiona tudo que pode deixar o mundo enfermo em sua opinião. Mafalda dialoga com os mais variados tipos humanos, representados na tira por outras crianças: Susanita – que só pensa em casar, ter filhos e uma boa imagem social, Manolito – que só pensa em vender, lucrar e se dar bem no armazém do seu pai, Filipe – que vive em seu universo, e se questiona sobre suas responsabilidades, Liberdade – pequena menina que gosta da vida simples, Miguelito – amigo de Mafalda que nunca entende o que ela fala, levando seus conselhos ao pé da letra, Guille – irmão caçula da protagonista, muito esperto para sua idade, Papá – pai de Mafalda que trabalha com seguros e gosta de cuidar das plantas da casa, e Mamã – dona de casa vista pela filha como medíocre por não se interessar por assuntos que não sejam os domésticos. De forma lúdica Quino nos mostra diversos segmentos sociais em suas tirinhas, questionando atos da humanidade.
Calvin e Haroldo
Outra que gosto muito é o Calvin & Haroldo do Bill Watterson. Calvin é um garoto de seis anos, assim como Mafalda, que tem como melhor amigo o Tigre de pelúcia Haroldo (que em sua imaginação tem vida, anda, fala e pensa sozinho). Calvin foi inspirado no teólogo John Calvin que pregava a predestinação na vida, característica muito presente nas tirinhas de Watterson. Calvin é um menino normal para sua idade, que gosta de imaginar e tem vários alteregos, como por exemplo: O Cosmonauta Spiff, O Homem Estupendo, além de Dinossauros e outros Monstros... Calvin detesta banho, comer, e ir à escola. É um menino muito travesso, e vive aprontando com seus pais, sua babá Rosalyn, sua vizinha e amiga da escola Susie e sua professora, Srtª Wormwood. Calvin tem uma imaginação tão grande, que cria um mundo próprio onde ele e Haroldo passam por diversas aventuras, emoções e batalhas! Uma das coisas mais incríveis do mundo dele é o Calvinball esporte inventado pelo próprio onde regras nunca podem ser repetidas, sendo criadas novas o tempo todo, com a clara intenção de facilitar a vitória de seu inventor. Watterson era o oposto de Calvin quando pequeno, mas achou no personagem a forma, que lhe pareceu exata, de ver o mundo com outros olhos.

Calvin - Caras e Bocas

 “Eles se permitem exagero e absurdos, ajudando-nos a ver com outros olhos o mundo e recordando-nos de como é importante brincar e ser ridículo.” Bill Watterson
Em suma, as HQs podem assumir diferentes formas e abordar temas adversos, mas sempre serão uma forma, simples e bem humorada de enxergar a realidade vivida pelo autor e sua sociedade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

For while you aren't there

she was right away
about dying!
she'd be at home, taking a tea
watching a movie...
so, suddenly he gots there
fast and loud
he takes her in his arms
and right there
he goes into her
body
and
soul!
por olga ferraz




a paz que ele me dá...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Resumé/Critique du Film Whaterver Works

Réalisateur: Woody Allen
Comédie/Romance - 2009 


Bande-Annonce - Trailer du Film

Boris c’est un homme qui vivre tout seul, et a vers 70 ans. Tout à coup une jeune fille, Melodie, lui demande de rester chez-lui, pars qu'elle avait fuis de sa maison. Il est un homme très intelligent et méticuleux et elle sait le type parfait d’un stéréotype américain aliéné. Au cours du film les parents d’elle aussi arrivent à NY. Sa mère a été complètement choquée quand découvre que le vieux Boris avait se mariait avec la jeune Melodie(qui avait 21 ans).
La mère c'est une personne très religieuse et fanatique, mais au fil du temps elle devient une artiste qui valorise essentiellement la nudité, et tombe amoureuse par deux hommes et va vivre avec eux. Après ça, le père de Melodie, qu'est aussi arrivé a NY découvre non seulement que sa fille est mariée à un homme beaucoup plus âgé, mais que son ex-femme, qu'il avait été trahi, est maintenant une nouvelle femme, et elle ne lui veut pas plus. Déçu il va dans un bar, et rencontre un homme qui à la fin du film deviendra son compagnon. Pendant la conversation au bar il révèle qu'il a se marier que pour peur de son attirance pour les hommes.
Boris et Melodie restent mariés pour deux ans et apprendre beaucoup des choses sur la vie, encore, comme tout dans la vie change, ça n'est pas différent. Melodie est tombé amoureuse par un autre garçon et Boris, très triste essaie le suicide une deuxième fois. Il saute par la fenêtre, et est tombé sur une femme, qui deviendra sa femme à la fin du film.
La scène finale se déroule sur la nuit de Novel An, dans l'appartement de Boris avec tous les personnages ensemble, a grillé.

C'est un film qui dépeint la réalité quotidienne des personnes, des anciens aux jeunes, des religieux aux athées, des résolus aux qui ont des doutes. Alors, c'est un film que montre que tout est possible. Brillamment réalisé par Woody Allen, qui est rentré a NY après sa dernière réalisation à Europe. Est un film qui montre des ondulations de la vie, qui touche des questions clés et qui est plus qu'un délice pour les amateurs de W. Allen.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Introdução ao memorável Hundertwasser

      Em 15 de Dezembro de 1928, nasce o menino Friedrich Stowasser, que viria a ser um pintor e arquiteto brilhante, com inquietações ecológicas presentes ao longo de toda a sua vida.
      Para ele as linhas retas eram o inferno! Não concordava com a maneira arquitetônica massificada das construções. Defendia que a integração com a natureza era fundamental, tendo, então, feito suas Hundertwassehaus com linhas sinuosas, telhados com grama e grandes plantas que partiam do interior dos cômodos e projetavam seus ramos pelas janelas. Sugeriu a obrigatoriedade do plantio de árvores em meio urbano. Tudo isso eram formas de demonstrar que a modernidade das cidades poderia (e deveria) ter a natureza incorporada em cada pedacinho seu. Ele procurou ao longo de sua obra re-integrar o homem à natureza, se utilizou das cores fortes, diversas e vibrantes, brincou com as formas orgânicas que as construções podiam tomar, e como de costume, nada de linhas retas ou desenhos herméticos.
     O nome dado a todo esse conjunto de sua obra é transautomatismo, que vem a ser um tipo de surrealismo criado por Hundertwasser. Esse estilo aceita a fantasia como o motor propulsor de toda criação e entendimento da obra. Partindo do princípio de que cada ser humano tem o seu modo de interpretar as coisas, cada um vai obter um significado diferente, mediante a observação da obra e a absorção das sensações causadas pela mesma. Ele acreditava que nós nos afastamos da geometria natural, para sermos postos a viver em verdadeiras caixas.
      Hundertwasser ficou bastante conhecido também por seu estilo próprio de vida, que iria desde performances onde aparecia nu, aos inúmeros manifestos contra a monótona arquitetura urbana, que em sua opinião, com toda a sobriedade cinza terminava deprimindo as pessoas que ali vivem. Sua arte viva e cheia de cores procurava também mostrar a individualidade de cada ser. Sempre foi muito individualista, e sempre gostou muito disso, era uma maneira que encontrava para produzir de forma mais pura a sua arte.
      Friedrich Hundertwasser, ou como ele se autonomeou, Friedensreich Regentag Dunkelbunt Hundertwasser, morreu no dia 19 de Fevereiro de 2000, deixando um extenso e valioso legado artístico e ideológico.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Início

      Bem, este é o primeiro post do blog, e como filha de historiadores acho que tenho uma certa mania de explicar as coisas, desde o começo. Então lá vai:
      Não é de hoje, que eu penso em criar um blog e escrever sobre as coisas que vejo, mas nunca tinha tempo para me dedicar. Acho que agora estou tendo menos tempo ainda, mas a vontade veio crescendo e resolvi botar a ideia para funcionar. Sinto que deixo escapar muitas reflexões e pensamentos as vezes por não registrá-los...E ai você deve estar pensando, "pô compra um bloquinho e anota, ué?". Acontece que eu sou a rainha da bagunça, e tendo a perder as coisas dentro do meu próprio quarto com uma facilidade incrível!
      Assim, com o blog pretendo me organizar melhor e deixar de perder tantas coisas. Não sei se acontece com você coisas do tipo, estar dentro de um ônibus (sem nenhuma chance de conseguir papel, caneta e uma letra que depois fique legível, o que é muito importante) e de súbito aparece aquela inspiração, que primeiro chega de soslaio, depois vai ficando mais a vontade e quando está no ponto, é chegada a hora de descer do ônibus e a tão maravilhosa idéia se perde... Comigo acontece bastante, e devo confessar que fico realmente chateada de não ter um bloquinho na hora, por isso acho que o segundo passo depois de criar esse blog, é colocar um desses bloquinhos na bolsa, para que quando apareça uma dessas eu anote e traga pra cá.
Por hora é isso, inté!