terça-feira, 26 de outubro de 2010

Everybody's Fine - Apanhado geral do Filme

     Há 4 meses eu terminei meu curso de inglês, e para não perder o contato com a língua tenho assistido a muitos filmes. Claro que assistir filmes pra mim é natural, já que é o que eu quero para o meu futuro, mas tenho visto alguns só em inglês para praticar um pouco...
     Perambulando pela internet achei este, Everybody's Fine, e pelo bom elenco que tem, logo me atraiu e decidi baixá-lo.
     O filme mostra uma família, que vive completamente espalhada pelos Estados Unidos. A cena de abertura  mostra o pai, Frank, arrumando ansiosamente a casa para receber seus 4 filhos durante um fim de semana, mas ao longo do dia todos terminam desmarcando o encontro, e inventando desculpas para não viajarem. Ele então decide visitá-los, um por um, e lhes fazer uma surpresa.
     Segue então para Nova York, e tenta encontrar David, seu filho artista plástico. Após um dia em frente ao apartamento do rapaz, ele deixa um envelope e vai ver sua filha, a publicitária, Amy, que diz estar muito ocupada e o embarca novamente no dia seguinte para a cidade de seu filho Robert, o músico. Ao chegar direto no ensaio da orquestra, percebe que ele não é Maestro e sim percussionista. Deixa discretamente um envelope no instrumento dele. E novamente sem hospitalidade, Frank viaja no mesmo dia até Los Angeles, para ver Rosie, sua filha bailarina, ela é a única que o recebe bem, e pede para que fique. Por uma complicação durante a viagem ele não tem mais seus remédios e precisa voltar para casa. Sem dizer o motivo à Rosie parte, entregando-lhe o envelope restante.
     Durante o vôo Frank tem um ataque cardíaco, e acorda no hospital cercado pelos três filhos, é quando descobre então que David, o artista morreu, Rosie, a bailarina tem um filho com outra moça, e que não sabe muita coisa sobre a vida dos filhos, porque segundo eles, a mãe era boa de ouvido e ele é bom de conversa.
     Por fim, para matar a nossa curiosidade, descobrimos que no envelope havia uma frase: "Vejo você no Natal?" e uma foto de sua falecida esposa com os quatro filhos pequenos sentados no chão, perto da árvore de Natal.
    
Esse é um daqueles filmes que mostra os percalços e incertezas do caminho, e mostra também que apesar de tudo a vida segue, sempre segue!


*Tradução do vídeo: Olga Kunst

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cotidiano

     Durante o feriado peguei um ônibus, e como já disse antes por aqui, é um lugar que me faz pensar...
Sempre que ando de ônibus passo no mínimo 20 minutos calada, conversando apenas comigo mesma.
     Vejo cenas da janela, sim porque sempre sento na janela, cenas essas que me fazem mirabolar uma história, ou imaginar aquilo tudo (que deve ter durado, se muito, 10 segundos aos meus olhos), dentro de um set de filmagem com 35 profissionais atentos, esperando um "Corta!".
     Comecei a pensar que deixamos escapar pequenas coisas, delicados momentos, e corriqueiras chances. É companheiros, a era digital e globalizada nos permite uma imensidão de informações que terminam, por vezes, a nos privar das coisas primordiais da vida... Como olhar por uma janela.
     Voltando ao feriado: bem, tenho que andar até a esquina da minha rua, onde tem um ponto de ônibus, para pegar um, mas nem precisei chegar lá para ver o dito cujo passando pela avenida e me deixando para trás. Assim, resolvi que andaria até a avenida paralela, o que me tomaria uns 10 minutos, onde eu teria mais opções de linhas.
     Era um dia de Terça-Feira. 12. Dia das Crianças!
     Logo entrou no ônibus um pequeno, com cara de travesso, que se negava a ir sentado. A brincadeira era exatamente ir em pé. Sua irmã bem que tentou o fazer sentar, mas nada de obter resultados.
     O completo embevecimento do menino de estar livre no ônibus me fez pensar no que me fazia sentir assim hoje, já que não posso mais comemorar o dia das crianças como Meu dia...
     Segui viagem. No caminho passo por um hospital, vi as filas, as caras de sofrimento e também me meti a pensar como seria estar ali, em pleno feriado esperando uma ficha, para quem sabe ser atendida 3 meses depois.
     Finalmente cheguei! Aquela Terça tinha cara de Domingo, áh se tinha! Encarei a rua, longa deserta e coberta de Sombreiros, pensei nas imagens do caminho, tomei fôlego e segui o meu, a pé, aos poucos, andando...

The Meaning of the Life
- O Significado da Vida -

Obs.: Cliquem nas setinhas no canto direito do vídeo para ampliar e ler a legenda melhor!

sábado, 9 de outubro de 2010

Riso na medida dos quadrados!

Áhh os quadrinhos... Como são importantes ao longo das nossas vidas... Quem vai esquecer um dia da briguenta Mônica, ou do sonhador Calvin com seu fiel escudeiro e inseparável amigo imaginário Haroldo, ou ainda do bruto Hagar, que mesmo com todo aquele jeitão já nos fez rir muito? Os quadrinhos nos acompanham de pequenos, quando estamos apenas descobrindo o sabor das palavras até quando nos tornamos adultos, lendo um jornal. Eles estão em todo lugar e têm as mais variadas formas e temáticas.
The Yellow Kid - Primeiro HQ
Ao final do século XIX imprensa buscava novos métodos de comunicação de massa e assim, no início do século XX surgiram as HQs. Como precursores do ramo dos quadrinhos temos Rudolph Töpffer, Wilhelm Bush, Georges Colomb e o brasileiro Angelo Agostini, mas só em 1896 é que Outcalt, com The Yellow Kid, aliou o desenho ao balão de fala. Os temas até a crise de 29 eram sobre travessuras (kid strips, animal strips, family strips...), mas a partir dessa data o gênero da aventura também entrou na pauta com, Flash Gordon do Alex Raymond. Em 1960 as HQs passam a ter abordagens críticas, e hoje permeiam todos os temas, com uma grande liberdade para brincar com eles.
Mafalda
Um grande exemplo de como uma HQ pode ter repercussão política e social é Mafalda,(personagem do cartunista argentino Quino) de seis anos de idade, que odeia sopa, escuta The Beatles e questiona tudo que pode deixar o mundo enfermo em sua opinião. Mafalda dialoga com os mais variados tipos humanos, representados na tira por outras crianças: Susanita – que só pensa em casar, ter filhos e uma boa imagem social, Manolito – que só pensa em vender, lucrar e se dar bem no armazém do seu pai, Filipe – que vive em seu universo, e se questiona sobre suas responsabilidades, Liberdade – pequena menina que gosta da vida simples, Miguelito – amigo de Mafalda que nunca entende o que ela fala, levando seus conselhos ao pé da letra, Guille – irmão caçula da protagonista, muito esperto para sua idade, Papá – pai de Mafalda que trabalha com seguros e gosta de cuidar das plantas da casa, e Mamã – dona de casa vista pela filha como medíocre por não se interessar por assuntos que não sejam os domésticos. De forma lúdica Quino nos mostra diversos segmentos sociais em suas tirinhas, questionando atos da humanidade.
Calvin e Haroldo
Outra que gosto muito é o Calvin & Haroldo do Bill Watterson. Calvin é um garoto de seis anos, assim como Mafalda, que tem como melhor amigo o Tigre de pelúcia Haroldo (que em sua imaginação tem vida, anda, fala e pensa sozinho). Calvin foi inspirado no teólogo John Calvin que pregava a predestinação na vida, característica muito presente nas tirinhas de Watterson. Calvin é um menino normal para sua idade, que gosta de imaginar e tem vários alteregos, como por exemplo: O Cosmonauta Spiff, O Homem Estupendo, além de Dinossauros e outros Monstros... Calvin detesta banho, comer, e ir à escola. É um menino muito travesso, e vive aprontando com seus pais, sua babá Rosalyn, sua vizinha e amiga da escola Susie e sua professora, Srtª Wormwood. Calvin tem uma imaginação tão grande, que cria um mundo próprio onde ele e Haroldo passam por diversas aventuras, emoções e batalhas! Uma das coisas mais incríveis do mundo dele é o Calvinball esporte inventado pelo próprio onde regras nunca podem ser repetidas, sendo criadas novas o tempo todo, com a clara intenção de facilitar a vitória de seu inventor. Watterson era o oposto de Calvin quando pequeno, mas achou no personagem a forma, que lhe pareceu exata, de ver o mundo com outros olhos.

Calvin - Caras e Bocas

 “Eles se permitem exagero e absurdos, ajudando-nos a ver com outros olhos o mundo e recordando-nos de como é importante brincar e ser ridículo.” Bill Watterson
Em suma, as HQs podem assumir diferentes formas e abordar temas adversos, mas sempre serão uma forma, simples e bem humorada de enxergar a realidade vivida pelo autor e sua sociedade.