terça-feira, 3 de maio de 2011

Cine PE - O olhar de uma estudante de Cinema - Dia 3

       O terceiro dia foi complicado. Como Recife agora é uma cidade em que, ou você arruma um bote, ou não sai de casa, as atividades do Festival atrasam por mais uma hora. Com um público bastante razoável para uma semana de tantas chuvas, alagamentos e dificuldade de locomoção pela cidade, o evento começou com a exibição dos curtas-metragens digitais, e estes foram:

 - A Casa da Vó Neyde (SP), Documentário, Direção: Caio Cavechini, 20 min. - Este curta foi feito num ato de muita coragem do diretor, porque expor uma vida, uma família e estar ali presente sentindo a reação da platéia não deve ser uma coisa fácil. O curta mostra o vício do tio do diretor, em Crack, e seu dia de internamento, mixando com fotos da casa de sua avó que já havia carregado muitas alegrias, mas que hoje parecia um fardo pesado demais para uma senhora de 70 anos. 

 - As Aventuras de Paulo Bruscky (PE), Documentário, Direção: Gabriel Mascaro, 19 min. - Surpreendente e inovador! Um curta feito todo a partir do Second Life (universo digital onde são criados avatares em 3D que podem sentir, ver ou experimentar uma interação real).

       Depois assistimos ao longa-metragem digital:

 - Casa 9 (RJ), Documentário, Direção: Luiz Carlos Lacerda, 71 min. - Depois de ver este documentário, acho que todos da platéia ficaram com vontade de passar, pelo menos uma semaninha na tão agitada Casa 9. Este filme conta a história de uma casinha de uma vila no bairro do Botafogo - Rj onde vários artistas foram frequentadores assíduos. Ao longo do tempo, a casa transformou-se em pouso para vários artistas nordestinos, dentre eles, o próprio Lenine, e hoje é habitada por duas produtoras de cinema e um músico!

       Esta era a hora do pequeno intervalo, que dado o atraso inicial foi cancelado, ao que passamos às homenagens:

 - Homenagem Institucional: Revista do Cinema Brasileiro, pelos 15 anos de programas de TV - Bertini entregou a Calunga de Ouro aos representantes do Programa.


 - Homenagem Cinematográfica: Zelito Viana, por seus 45 anos de produção e direção - Seus filhos e mulher o entregaram a Calunga de Ouro. Um dos filhos de Zelito é o ator Marcos Palmeira.

 - Homenagem Artística: Chico Diaz, por sua extensa filmografia e por suas premiações prévias como ator no próprio Cine PE. Ao, querido e fantástico, Chico, a Calunga foi entregue por Sandra Bertini.

       Depois das homenagens, tivemos a mostra do curta-metragem 35 mm, chamado:

 - Fábula das Três Avós (SP), Ficção, Direção: Daniel Turini, 17 min. - Uma verdadeira super-produção, que me lembrou muito o filme Desventuras em Série. Bonita ficção,  que como fábula, passa uma mensagem para o público: escolha sempre estar perto de quem goste de verdade, e não faça esta escolha as pressas!

       E para fechar a noite, de maneira muito especial, o longa-metragem digital de Zelito Viana, que não estava em competição foi exibido:

 - Augusto Boal e o Teatro do Oprimido (RJ), Documentário, 105 min. - Belo documentário sobre a vida e obra do grande Boal e suas técnicas teatrais inovadoras! Deixou-me com vontade de ter o conhecido, pena que eu tenha vindo ao mundo só em 93, e que em 2009 (ano em que falece Augusto) eu era apenas uma menina de 16 anos, começando a andar com as próprias pernas...

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